Rejane Faria acaba de ser premiada como Melhor Atriz Coadjuvante na 29ª edição do Cine PE por sua atuação em A Melhor Mãe do Mundo, novo longa de Anna Muylaert que estreia em agosto. O filme também foi consagrado com os troféus de Melhor Filme, Melhor Roteiro (Anna Muylaert), Melhor Montagem (Fernando Stutz) e Melhor Atriz (Shirley Cruz). A conquista se soma a uma série de novidades na carreira da atriz, que vive um momento de virada. Com 18 anos de trajetória, Rejane foi escalada para seu primeiro papel fixo em uma novela da Globo: ela integra o elenco de Três Graças, próxima trama das 21h escrita por Aguinaldo Silva e dirigida por Luiz Henrique Rios, prevista para estrear em outubro. Reconhecida pelo papel de Tércia no elogiado Marte Um, que representou o Brasil na corrida por uma vaga no Oscar 2023, a artista segue também nos palcos.
Enquanto se prepara para esse novo desafio na TV, ela pode ser vista no Rio de Janeiro a partir de 18 de junho com o espetáculo Velocidade, no Teatro I do CCBB RJ. A montagem — que propõe uma reflexão poética sobre o tempo e o ritmo da vida contemporânea — marca também os 18 anos da companhia Quatroloscinco, da qual Rejane é cofundadora. A temporada vai até 13 de julho, com sessões de quarta a sábado, às 19h, e domingos, às 18h. Direção de Ítalo Laureano e Ricardo Alves Jr., com dramaturgia inédita de Assis Benevenuto e Marcos Coletta.
Foto: Igor Cerqueira
Quem é Rejane Faria:
Nascida em 1961, em Belo Horizonte, MG. Atriz, diretora e professora de teatro graduada pela UFMG; formada também no curso de Artes Cênicas – Aperfeiçoamento do Comunicador, no UNI-BH. Cofundadora do Grupo Quatroloscinco. No audiovisual, atuou em 51 filmes e séries, com destaque para “Temporada”, de André Novais, a série “Segunda Chamada”, da Rede Globo, e o longa “Marte Um”, de Gabriel Martins. Recebeu os prêmios: Sinparc de Melhor Atriz Coadjuvante, 2010; Melhor Atriz no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão, 2016; dois prêmios Sinparc de Melhor Atriz, 2017 e 2020; Melhor Atriz no Festival CineTamoio, 2020; e Menção Honrosa de Melhor Atriz no GIMFA – Gralha International Monthly Film Awards, 2020.
Sobre o espetáculo
CCBB RJ recebe “Velocidade”, nova montagem do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum
Após estreia com sessões esgotadas no CCBB BH, Grupo traz ao Centro Cultural Banco do Brasil Rio sua peça-livro-sonho: um manifesto poético e onírico contra a pressa e a obsessão pelo futuro
Direção de Ítalo Laureano e Ricardo Alves Jr., com dramaturgia inédita de Assis Benevenuto e Marcos Coletta.
E se fosse possível desacelerar o tempo? Essa é a provocação da peça teatral Velocidade, décima criação do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) no dia 18 de junho de 2025. A temporada será no Teatro I – com apresentações de quarta a sábado – quarta, quinta, sexta e sábado às 19h; domingo às 18h – até 13 de julho. O projeto, que inclui bate-papo e oficina gratuitos, é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Em um mundo cada vez mais utilitarista, consumista e hiperconectado, onde distâncias, durações, memórias e relações se reduzem e se virtualizam, Velocidade se ergue como um manifesto contra a pressa, a urgência e a obsessão pelo futuro. Estruturada em forma de livro – com capa, prefácio, dedicatória, sete partes e verso da capa – a peça questiona o ritmo imposto pela vida contemporânea e propõe outra relação com o tempo. Escrito por Assis Benevenuto e Marcos Coletta, e dirigido pelo cineasta Ricardo Alves Jr. e Ítalo Laureano, o espetáculo reúne em cena Rejane Faria, Michele Bernardino, Ítalo Laureano, Marcos Coletta e Assis Benevenuto.
“A peça começa com um áudio de seis minutos que o espectador ouve no escuro. Esse é o nosso convite inicial para desacelerar, baixar a bola, deixar o tempo decantar, desafiar a ansiedade, habitar outro tempo da imagem”, adianta Coletta.
A inspiração surgiu a partir do ensaio “Notas sobre os doentes de velocidade”, da autora mexicana Vivian Abenshushan, e se ampliou em diálogo com outras referências, como o livro Oráculo da Noite, de Sidarta Ribeiro, textos de Paul Preciado e o filme Poesia Sem Fim, de Jodorowsky. O resultado é uma dramaturgia concebida como uma peça-livro-sonho, que abandona a linearidade e se constrói por imagens, rastros de memória e lapsos entre o real e o imaginado. Cada cena convida o público a suspender a lógica do imediato e experimentar outras durações, ruídos e silêncios.
“Não nos prendemos a uma história linear ou à lógica dramática. É uma peça mais onírica, poética, onde brincamos de acelerar e dilatar o tempo”, explica o ator.
A pesquisa cênica retoma a parceria com o cineasta Ricardo Alves Jr., mas, diferentemente de trabalhos anteriores como Luz e Neblina (2024) e Tragédia (2019), não há projeções nem câmeras em cena. A presença dos corpos dos atores e o tratamento da luz e do som evocam o cinema por outros caminhos: pela atmosfera, pelo ritmo, pelos cortes. A trilha sonora original de Barulhista e a elogiada iluminação de Marina Arthuzzi reforçam o caráter sensorial da encenação.
Foto: Igor Cerqueira
Os diretores de arte, Luiz Dias e Carol Manso, trouxeram para o palco uma mesa central que funciona como página, onde os títulos dos quadros são escritos e apresentados ao público. O cenário, os objetos e os figurinos assumem diferentes funções, ganhando novos significados ou sumindo a cada sequência. Para Assis Benevenuto, essa dinâmica está diretamente ligada ao conceito que estrutura o espetáculo: “Essa ideia de uma peça-livro-sonho necessita que o espaço, os figurinos e os objetos de cena possam ser transformados. Não pode ser aquele cenário fixo, pesado, que imprime apenas uma ideia”.
Em um dos capítulos, intitulado Queda Livre, cinco bonecos de madeira com cerca de 50 cm de altura, confeccionados pelo artista Agnaldo Pinho, representam versões miniaturizadas dos próprios atores e entrevistam seus duplos em um talk-show absurdo. “É uma cena veloz, em que os bonecos são mais sagazes do que nós”, comenta Benevenuto. Segundo Laureano, o foco não é o teatro de bonecos em si, mas o efeito de ver os atores como avatares, espelhos e objetos ficcionalizados.
A direção de movimento é assinada por Kenia Dias e fortalece a ideia de coralidade e corpo coletivo, um traço importante do trabalho do grupo. A aposta em cinco intérpretes em cena reafirma o compromisso do Quatroloscinco com o teatro de grupo e com a força do trabalho colaborativo, num momento em que os palcos têm sido ocupados majoritariamente por solos e duplas.
Bate-papo e oficina
Além da temporada no CCBB RJ, o Quatroloscinco realiza atividades formativas que ampliam o diálogo com o público. No dia 5 de julho, haverá um bate-papo com os artistas logo após a apresentação. Já nos dias 7 e 8 de julho (segunda e terça), das 14h às 18h, o grupo conduz a oficina A palavra em cena: habitar o texto, voltada a artistas profissionais ou em formação, estudantes de teatro e pessoas interessadas em experimentar a linguagem da cena. Com carga horária de oito horas e classificação indicativa de 16 anos, a oficina propõe investigações sobre o manejo da palavra falada e suas diferentes camadas de sentido, por meio de leituras, exercícios e criação de micro cenas. São oferecidas 20 vagas, e as inscrições gratuitas podem ser feitas até 01/07, mediante preenchimento do formulário no site do grupo (www.quatroloscinco.com) ou em bb.com.br/cultura.
Sinopse: Como subverter o tempo e a duração das coisas a partir da arte? O décimo espetáculo do Grupo Quatroloscinco, “Velocidade”, convida o espectador a repensar nossa relação com o tempo na vida contemporânea. A peça se estrutura como as partes de um livro: capa, prefácio, dedicatória, sete capítulos e verso da capa. Situações diversas e sobrepostas abordam a percepção humana do tempo a partir de relações familiares e de trabalho, rotina de vida, memórias de infância, sonhos recuperados e a incerteza do futuro. Dramaturgia e encenação constroem uma peça livro -sonho que afirma o teatro como uma máquina de desacelerar o tempo.
Ficha Técnica Atuação: Assis Benevenuto, Ítalo Laureano, Marcos Coletta, Michele Bernardino e Rejane Faria Direção: Ítalo Laureano e Ricardo Alves Jr. Dramaturgia: Assis Benevenuto e Marcos Coletta Direção de arte: Luiz Dias Figurino: Caroline Manso Assistência de cenografia: Bárbara de Freitas Criação de luz: Marina Arthuzzi Consultoria de iluminação: Rodrigo Marçal Trilha sonora: Barulhista Composição das músicas ao vivo: Marcos Coletta e Michele Bernardino Sonorização: Daniel Nunes Operação de som: Daniel Nunes e Adriel Parreira Orientação de movimento: Kenia Dias Orientação vocal: Ana Hadad Assistência de Produção: Yasmine Rodrigues Estágio de Produção: Joana Luz Produção local RJ: Amanda Dias Leite Design gráfico: Bianca Perdigão Bonecos: Agnaldo Pinho Cenotécnica: Helvécio Izabel Observação de processo: Fernando Dornas Preparação e tradução da cena em Libras: Dinalva Andrade Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues | Aquela Que Divulga Edição de teasers: Leonardo Alcântara – Projeto Ande Gestão de projeto: Trama Gestão e Produção Produção: Grupo Quatroloscinco Teatro do Comum
Foto: Igor Cerqueira
Serviço
Temporada: 18 de junho a 13 de julho de 2025
Quando: de quarta a sábado, 19h e domingo, 18h.
Duração: 100 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (Meia) – disponíveis na bilheteria física ou no site do CCBB (bb.com.br/cultura)
Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro (RJ)
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