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SE SOUBERMOS USAR NOSSAS ASAS, CHEGAREMOS AO SOL

EDSON DE SOUZAPor EDSON DE SOUZA8 de março de 20244 Minutos de Leitura
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@edblacc
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Ao escrever este texto me veio à lembrança minha mãe me dando de comer quando criança, sempre usando algo para incentivar aquele menininho magrelo a dar mais uma colherada: “É pra você ficar forte igual o Super-Homem” dizia ela. E sempre dava certo, pois eu era apaixonado por histórias de super-herois quando criança. A criação de mitos, herois e ícones é algo muito forte e de grande importância na humanidade.

Ela cria referências, constroi regras morais na subjetividade, molda comportamentos.

Estas construções imagéticas tem um grande impacto na formação das personalidades, seja por aproximação ou rejeição das histórias, seu impacto não nos é indiferente.

Reflita sobre quantas vezes na cultura pop, são apresentados personagens negros em diferentes tipos de mídia como anti-herois, envolvidos em práticas criminosas, onde o roteiro muitas vezes busca realidades para tornar justificáveis suas escolhas de vida, assim como as suas tragédias pessoais.

Reflita sobre a quantidade de vezes que o período escravagista foi retratado de forma nem sempre preocupada em discutir os impactos e consequências desta calamidade para a população negra, mas sempre ocupadas em trazer histórias de redenção repletas de violência humilhação extrema.

Ou mesmo histórias onde se discute o racismo de forma sádica e que não produz nenhum tipo de sentimento de esperança ou conscientização.

A negritude na mídia é quase sempre lida em termos de tragédia, seja ela no sentido poético ou na simples ideia de fatalidade. É sabido que por toda uma desigualdade histórica que vem desde o período escravista, a produção literária e cinematográfica, no que diz respeito a pessoas negras, ressalta histórias recheadas de crueldade e marginalização. Personagens negros são sistematicamente retratados como um produto cínico, violento e muitas vezes passivo e condensendente na sociedade.

A narrativa trágica que busca rememorar o ocaso histórico negro muitas vezes apenas fundamenta conceitos racistas e satisfaz desejos ao invés de gerar reflexão que promova mudança e inspiração. A construção imagética imposta aos entes negros sempre está no limiar da submissão.

Até que os leões contem suas próprias histórias, os contos de caça sempre glorificarão o caçador.

O Afrofuturismo é um movimento estético que basicamente trata da produção cultural que cria expectativa para pessoas negras. Seu conceito se baseia através do resgate do passado do povo negro, e não necessariamente este passado carece ser trágico, isso porque existe um passado glorioso do povo negro para além do período escravagista/colonialista.

O Afrofuturismo é basicamente um fenômeno afrodiásporico, e embora seja contestado por alguns intelectuais da comunidade negra _ principalmente pelo fato do movimento ter seu nome criado por um homem branco _ sua importância é inegável na aglutinação da estética, arte, literatura, música e filosofia no resgate e reconstrução da memória, cultura e tradição sufocada no imaginário negro. O resgate de elementos dispersos do passado de uma cultura que foi negada, e que projeta para o futuro como um espaço de reencontro e redenção. Sua ideia central é questionar o apagamento de todo o legado cultural e histórico das pessoas negras.

O Afrofuturismo é a possibilidade de, a partir da arte e da estética, pensar em outros futuros possíveis com a existência de pessoas negras. E pensado a partir desta centralidade negra, o Afrofuturismo que possui demarcações que o caracterizam como tal (protagonismo a personagens negros, narrativa que trata de ficção especulativa, afrocentricidade e autoria sempre negra) tem em si esse potencial de contrução da imagética negra e inspiração baseada em uma cosmologia desconectada do ocidentalismo.

Mesmo em obras que trazem muitos elementos afrofuturistas, embora não o sejam pois contém em si um viés imperialista pautado no ethos euro-estadunidense, como Pantera Negra, encontramos referências positivas para formação de uma subjetividade afrocêntrica. Tratam de todos os temas que compõem a diáspora negra, mas não os potencializam com um fim trágico, reforçam uma estética negra.

Até que os leões contem suas próprias histórias, os contos de caça sempre glorificarão o caçador. Por isso é necessário a valorização de nossas próprias histórias, de narrativas construídas a partir de nosso olhar e nossas vivências para que possamos obter referências que deem conta da construção positiva de nossas subjetividades.

Na mitologia grega, conta-se que Ícaro libertou-se do labirinto com as asas que criou com liga de cera, mas se aproximou demais do Sol e as asas derreteram, provocando a sua queda. No antigo Kemet temos Heru-sa-Aset, que enfrentou seu tio Set e expôs sua infâmia, recebeu sua ascensão e foi legitimado por Rá (o Sol). A diferença para nós está toda aí.

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EDSON DE SOUZA
EDSON DE SOUZA

Ed é um desenhista, escritor, candomblecista e criador de universos e histórias. Sua paixão pelas artes visuais floresceu na infância e, sendo autodidata, desenvolveu traços expressivos inspirados nas comics americanas, representando personagens negros que raramente encontrava na cultura pop. Da arte visual à escrita, o percurso foi natural; as histórias clamavam por serem contadas. As palavras tornaram-se a chave para explorar o inexplorado em si mesmo. Ed criou contos, escreveu um livro, produziu quadrinhos e fanzines, compôs poemas, deixou sua marca em muros com grafites, e também apresentou programas em rádios clandestinas. E em sua jornada, entregou o coração a uma preta escorpiana. Ed de Souza é Graduado em Ciências Sociais, com especialização em Estudos Afro-Brasileiros e Estudos das Cidades, é um crítico da sociabilidade contemporânea, argumentando que todos os caminhos apontam para Alkebulan (África). Para Ed, é essencial mergulhar nas raízes ancestrais, porque o futuro é intrinsecamente ligado ao passado. Sua citação favorita, de Marimba Ani, ressoa profundamente em sua filosofia: "Sua cultura é o seu sistema imunológico."

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