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Início » SAÚDE MENTAL DO HOMEM NEGRO: OS IMPACTOS DO RACISMO E OS CAMINHOS PARA O CUIDADO
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SAÚDE MENTAL DO HOMEM NEGRO: OS IMPACTOS DO RACISMO E OS CAMINHOS PARA O CUIDADO

Heron NogueiraPor Heron Nogueira14 de março de 20254 Minutos de Leitura
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@heron.nogueira.psi
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Esse meu lugar de fala é um lugar técnico, profissional. Ainda que empático, muito distante do lugar de quem convive nessa realidade.

@heron.nogueira.psi

Ser um homem negro no Brasil é viver sob o peso de expectativas que muitas vezes não foram escolhidas. Desde a infância, meninos negros aprendem que precisam ser fortes, resilientes e incansáveis diante dos desafios. Chorar, demonstrar medo ou admitir cansaço não são opções aceitáveis dentro do modelo tradicional de masculinidade que a sociedade impõe. No entanto, essa armadura de resistência tem um custo: pode ocorrer o adoecimento psíquico, muitas vezes silencioso e negligenciado.

A experiência cotidiana do homem negro é marcada por uma batalha constante contra o racismo estrutural. Isso significa que, além dos desafios comuns da vida, ele enfrenta obstáculos adicionais em diversas áreas: menor acesso a oportunidades de trabalho, desconfiança social, hipervigilância em espaços público, violência institucionalizada, entre outros. Esse cenário pode gerar um desgaste emocional profundo, levando a níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão.

O racismo não é apenas um problema externo, ele se infiltra na subjetividade, ou seja, no seu “eu” mais íntimo, podendo gerar sentimentos de inadequação, baixa autoestima e a necessidade de provar constantemente seu valor, sua força. A introjeção dessas violências simbólicas pode levar como possíveis consequências à autossabotagem, ao medo de ocupar espaços e até, em casos mais graves, a comportamentos de autodestruição.

@heron.nogueira.psi

A masculinidade negra e o silenciamento emocional

Outro fator crucial para entender a saúde mental do homem negro é a forma como a masculinidade é construída dentro desse contexto. A figura do homem negro sempre foi associada à força física, à virilidade, ao papel de provedor e ao vigor. Esse estereótipo ajuda a desumanizar e nega a possibilidade do cuidado, do afeto e da fragilidade. O homem é “treinado” a silenciar-se, esconder-se, suprimir seus sentimentos a todo custo.

Isso se reflete na dificuldade que muitos homens negros têm em procurar ajuda psicológica. O medo de serem vistos como fracos ou incapazes os impede de expressar seus sentimentos, podendo resultar em quadros de isolamento emocional, abuso de substâncias e explosões de agressividade que, na verdade, são manifestações de sofrimento não elaborado e carregado por muitos anos ou pela vida toda. Eles fazem um esforço tremendo para não demonstrar fraqueza a ninguém, mesmo quando estão internamente completamente destruídos.

@heron.nogueira.psi

A urgência do cuidado: quebrando o ciclo de sofrimento

Mudar essa realidade exige uma transformação cultural e individual. Primeiro, é fundamental desmistificar a ideia de que buscar ajuda psicológica é um sinal de fraqueza. Pelo contrário, reconhecer as próprias dores e procurar acolhimento é um ato de coragem e de sabedoria. A psicoterapia, especialmente com profissionais que compreendem as nuances raciais e sociais, pode ser um espaço seguro para ressignificar experiências e reconstruir uma identidade livre dos fardos impostos.

Além disso, fortalecer redes de apoio é essencial. Criar espaços onde homens negros possam falar sobre suas angústias, trocar vivências e encontrar suporte emocional pode ser revolucionário. A solidão do homem negro precisa ser rompida urgentemente.

Ademais, práticas de autocuidado devem ser incorporadas à rotina. Exercícios físicos, espiritualidade, lazer, arte e outras formas de expressão podem ser poderosas ferramentas para aliviar o peso emocional acumulado e o estresse cotidiano.

A saúde mental do homem negro não é apenas uma questão individual, é uma pauta coletiva e política. Um homem negro que cuida de si, que se permite sentir e que constrói novas formas de se relacionar consigo e com os outros desafia um sistema que sempre tentou desumanizá-lo.

Não há necessidade de carregar tudo no próprio colo. A luta continua, mas ela não precisa ser solitária. Tenho ouvido muito em meu consultório de psicoterapia, por eles próprios, que quando o homem se permite chorar, é sozinho, isolado, longe dos olhos alheios. Cuidar da saúde mental é também um ato de resistência e de afirmação da própria humanidade.

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Heron Nogueira
Heron Nogueira

Doutor em Psicologia, Psicólogo e Terapeuta Conjugal e Familiar. Experiência em Gestão Acadêmica no Ensino Superior Presencial e EAD e coordenação de equipes. Docente dos cursos de Pós-graduação - Formação em Terapia Conjugal e Familiar (INTERPSI -DF) e Especialização em Terapia de Casal, Família e Psicodrama para Grupos (Aprender Vivo - SP) e de Graduação em Psicologia. Parecerista "ad hoc" das Revistas "Contextos Clínicos" (UNISINOS), "Olhar de Professor" (UEPG) e "Extramuros" (UNIVASF). Tem experiência em Docência no Ensino Superior em diversos cursos de Graduação presenciais e também em EaD. Experiência em coordenação do curso de Psicologia. Membro do Grupo de Pesquisa Socius do CNPq. Avaliador "ad hoc" pelo Ministério da Educação. Atuação na prevenção e tratamento em Dependência Química, Saúde Mental, Adolescentes em Conflito com a Lei, Medida Socioeducativa, população em situação de vulnerabilidade social, prevenção ao uso indevido de drogas. Atendimento clínico individual, de casais e famílias. Membro voluntário da ONG "Psicólogos do Bem". Autor dos livros: Casal e família na atualidade-desafios, estratégias e possíveis soluções para os problemas, publicado em 2014 pela Paco Editorial ISBN: 978-8581-48476-1 e Transtornos Alimentares e Obesidade: pesquisa, prevenção e intervenção psicossocial, publicado em 2018 pela Editora CRV ISBN: 978-85-444-2214-4.

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