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Início » RACIONAIS, FRANTZ FANON E VINICIUS JR: A EXPERIÊNCIA VIVIDA DO NEGRO
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RACIONAIS, FRANTZ FANON E VINICIUS JR: A EXPERIÊNCIA VIVIDA DO NEGRO

Jorge GuerreiroPor Jorge Guerreiro1 de novembro de 20245 Minutos de Leitura
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Jogador @vinijr
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O capítulo 5 de Pele Negra, Máscaras Brancas, intitulado “A Experiência Vivida do Negro”, é um dos textos mais contundentes de Frantz Fanon. Nele, o autor martiniquense explora a experiência negra em uma sociedade colonizada, marcada pela opressão e pelo racismo estrutural. Ao descrever como a presença negra é percebida sob o olhar objetificante do colonizador, Fanon aponta para a coisificação e a alienação impostas à identidade negra.

O autor descreve de forma incisiva o ato de ser “o outro”, uma figura encarada com receio. Em uma cena que se tornou emblemática na Europa, Fanon relata a exclamação de uma criança branca: “Olhe um negro!… Mamãe, um negro!”. Essa frase não só expõe o racismo internalizado na sociedade, mas também evidencia o impacto do “olhar branco” que o reduz a um objeto, aprisionando-o em uma identidade, forçando-o a lidar com expectativas e estereótipos.

Como escreve Fanon:

“Vim ao mundo preocupado em suscitar um sentido nas coisas, minha alma cheia do desejo de estar na origem do mundo, e eis que me descubro objeto em meio a outros objetos”. – Frantz Fanon

Essa passagem ressoa com a reflexão presente em “A Vida é um Desafio”, dos Racionais MC’s, onde exploram a luta por autovalorização e resistência em um contexto de marginalização e preconceito. A letra do grupo ecoa a vida, com a questão de sempre ter que provar seu valor, questiona a pressão ao dizerem:

“Filho, por você ser preto, você tem que ser duas vezes melhor.”

A música levanta uma questão essencial: como se tornar, “duas vezes melhor” quando se enfrenta um legado de escravidão, traumas e discriminação? “Quem inventou isso aí? Quem foi o pilantra que inventou isso aí?” — desafiam os Racionais, criticando a sociedade que parece sempre exigir mais enquanto mantém as barreiras para a ascensão.

“O progressismo que luta contra o facismo mas não abre mão das colônias…”

Jogador @vinijr

O Racismo Como Estrutura Psicológica e Social:

O racismo não é uma atitude isolada, mas uma estrutura que permeia as interações sociais. A narrativa de sempre ter que ser “duas vezes melhor” é uma consequência direta do racismo, uma imposição que exige do sujeito negro, que se prove constantemente, enquanto é sabotado pelo sistema. Isso é evidente em episódios recentes do futebol europeu, onde Vinícius Jr., jogador preto do Real Madrid, enfrenta não apenas a pressão competitiva, mas o racismo de torcedores e membros da elite esportiva. A excelência de Vinícius no campo não impediu que ele fosse alvo de ataques racistas, mesmo sendo um dos principais jogadores do clube e um dos maiores talentos do futebol mundial, campeão de duas Champions League.

A recente exclusão de Vinícius Jr. da disputa da Bola de Ouro, apesar de seu desempenho superior, é um exemplo prático do que Fanon descreve como o impacto do “olhar branco” que desvaloriza o negro, independentemente de seus méritos. Como observa o jogador Rodrigo, seu companheiro no Real Madrid:

“Mesmo no maior time do mundo, a gente sabe que pra nós é preciso fazer um pouco mais para chegar.” – Rodrigo (Jogador do Real Madrid)

Essa fala revela a luta contínua enfrentada pelos jogadores pretos, que, mesmo na elite do futebol, precisam se esforçar além do esperado para serem valorizados. Vini Jr. desafia essas barreiras e expõe a hipocrisia do sistema ao levantar discussões sobre racismo, transformando os ataques recebidos em uma plataforma de resistência.

A Consciência de Si e da Resistência:

Assim como Fanon, que propõe uma resistência pautada na consciência de si, os Racionais MC’s em “A Vida é um Desafio” reforçam a importância da valorização pessoal diante de uma sociedade que impõe identidades negativas às pessoas negras. “O mundo é diferente da ponte pra cá”, é um verso que evidencia a realidade segregada das periferias, em que jovens negros enfrentam um sistema que os criminaliza. A música é um chamado para resistir à opressão, reconhecer o valor próprio e construir uma identidade que não se submeta ao olhar branco.

Na experiência de Vinícius Jr., essa resistência se manifesta ao ele se posicionar publicamente contra o racismo, usando sua visibilidade para trazer à tona um tema que o esporte frequentemente tenta silenciar. O jogador encarna a força do “despertar de consciência” que Fanon defende, ao recusar as “máscaras brancas” impostas pela sociedade e afirmar sua identidade negra, orgulho e resiliência.

Seguimos!
O capítulo “A Experiência Vivida do Negro” e a música “A Vida é um Desafio” dialogam sobre a luta contra a opressão racial e a necessidade de uma resistência baseada na autovalorização e na consciência. Fanon, os Racionais MC’s e Vinícius Jr. destacam a força necessária para desafiar o racismo estrutural e romper com a alienação. Ao abordar temas como o “ser duas vezes melhor” e a alienação racial, eles denunciam um sistema que exige que o negro seja excepcional apenas para ser tratado com respeito.

Este capítulo de Pele Negra, Máscaras Brancas segue sendo um manifesto poderoso contra o racismo, mostrando que, assim como Vinícius Jr. e tantos outros, a resistência e a resiliência são passos fundamentais na construção de uma identidade negra que não dependa do reconhecimento do olhar desse outro.

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Jorge Guerreiro
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Jorge Guerreiro é um ator nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro. Iniciou sua jornada artística como membro do influente grupo de teatro Nós do Morro, sob a orientação de Guti Fraga. Posteriormente, em São Paulo, Guerreiro frequentou a Escola Livre de Teatro em Santo André (ELT) e, em seguida, a renomada Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP). Sua trajetória profissional inclui participações em produções como a série "Justiça2", da Globoplay, a novela "Pedaço de Mim", da HBO, e a segunda temporada da série "Rio Heroes", dirigida por Luis Pinheiros para a FOX. No teatro, atuou em peças como "Quintal do Manuel", "Torcicologologista" e "Tudo Aquilo Que Já Dissemos", entre outras. Além de sua carreira artística, Jorge Guerreiro também é empresário, co-fundador da JD Comunicações com sua sócia Dai Schmidt, assim como da marca DBN (Desfile Beleza Negra). Adepto do Candomblé, Guerreiro é um artista profundamente comprometido com sua arte, cultura e espiritualidade. Figura proeminente e respeitada na indústria brasileira de entretenimento, além de ser um empreendedor comprometido com a comunicação e a cultura.

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